Desembrulhando.

     Sempre fiz muitos amigos por onde passei, mas assim que eles saíam da minha vida, era so uma questão de tempo para perder o contato. Achava que nunca seria diferente.

      As vezes eu penso, "caramba, como a vida é cruel". Nos apegamos tanto às pessoas, e sem que ninguém perceba, o tempo vai se encarregando de nos afastar, e quando abrimos os olhos, surpresa! Não sabemos mais nem os nomes das criaturas que já foram tão importantes pra nós.

     São coisas simples que impedem esse distanciamento. Coisas simples que acabam sendo uma tentativa desesperada de adiar essa crueldade Lutamos, nesse caso, contra o maior dos inimigos: o tempo.

     Um inimigo como esse, impossível de derrotar, vai nos derrubando, ou melhor, vai derrubando vocês de mim um por um. Os que restam são aqueles de que alguma forma, continuam convivendo juntos, seja morando perto, entrando pra família, ou trabalhando no mesmo lugar.

      Por enquanto, vamos suportando, mas e depois? Vamos ter que pensar em alguma coisa!

      Onde vamos morar?

      Quem vai se casar com quem?

      Como diria a música: "nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos juntos numa passarela de uma aquarela, que um dia descolorirá."

     O mais importante, depois de toda essa desilusão, é que aprendemos muitas coisas com cada uma das pessoas que passam por nossas vidas, e isso, tempo nenhum pode arrancar.

(Luan Ícaro)